DUAS TRIBOS

Eu vi duas famílias unidas na própria desunião
Eu vi uma separação, só.
Apenas um meio,
uma única racha.

Eu vi primos, primas, tios e tias
Eu vi uma racha
Uma partilha.

De um lado haviam os Belangeros
De outro os Solages
Ambos eram os mesmos
Com exceção da racha que vi no meio

(Não me dizendo superior
Nem sendo falso moralizador
Pois nem sou.
Sou este que você vê
Boêmio, um tanto libertino, um tanto nada
e um muito chato).

Posicionado em cima do muro divisor
Consegui ver mais claramente
os dois lados tentando pular.
O da esquerda para direita,
O da direita para esquerda
O lado da direita sentia inveja do da esquerda
Já este queria ser o da direita.

(Ah! como queria ser simplista,
juro que invejo sentir inveja,
inveja pura mesmo!
Aquela que bate simplesmente,
mas... ao mesmo tempo que sinto,
logo não consigo parar
E logo
tento não sentir mais,
Logo ela – a inveja – é esquecida)

Neste dia
Pude presenciar:
Mães querendo juntar,
porém,
os filhos queriam separar
os sobrinhos do sobrinho
e os primos da prima,
que nem conheciam o tio dos tios
e a mãe das mães.

Os pais dos pais
Já cansados
Não mais insistiam
Só sorriam
Ao brincarem com o neto dos netos
que mau se portava.

Vi crianças de colo
E gente precisando de colo
(damas que lerem)

Ouvi cobranças com os olhos
E de vários olhos,
Bem que já diziam:
“Poesia só vai dar em rima”
E eu ainda ria (rir mesmo).
[Hoje minha diferença entre o crédito e o débito
É apenas um monte elevado.
Porém são apenas finanças,
De que adianta ter finança
Se não se vive em paz mesmo assim?
– as vezes prefiro nem procurar
(as vezes, e que este as vezes fique bem claro)] –

Ali naquele caso só via a família desunida
Divididas em duas tribos:
Os Belangeros
E os Solages
Uns espalhados pelas cozinhas
Outros pelos quartos
Cada um com seu espaço invadido pela separação.
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depois de umas semanas, novo post... trabalho trabalho trabalho...
espero que gostem.