quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

devaneios sobre o apocalipse

Quando imagino o apocalipse, penso numa renovação ou em algo constante. Que ocorre de eras a eras. Cada qual já teve sua vez. Uma nova ordem mundial, talvez.
Povos do passado viveram coisas deste tipo. Não sei qual nação começou com esta história de fim.

A voz ocidental clama por Jesus – ninguém poderá substituir um ícone deste tipo – dizem os cristãos que morrem de medo de perderem o reino que foi construído a base de ferro e fogo. Muitos não percebem que outras civilizações estão voltando com a força da maior riqueza que a atualidade pode proporcionar.

Uma das definições para esta questão é: fim dos dias. Analisando o que a frase  diz em sentido literal, ela se refere diretamente a uma mudança de algo que é infinito (ou talvez não exista): a cronologia. Os ciclos são finitos e recomeçam de outra forma. Depende da interpretação de cada um.
Não consigo prospectar o extermínio da humanidade. Pode ser que ela persistirá como os outros animais, de uma forma adaptada é claro.
Os que sobreviverão provavelmente serão os que pensarão mais.
Notem os grandes cérebros que sobressaem diante de outras culturas. Os destaques são estudados pelos dominadores. Qualquer nação que prospera usa os cientistas da que foi tombada por ela.

Quando Jerusalém prevaleceu de forma plena e absoluta nem o Egito podia assustar. Depois vieram os romanos costurando pelas bordas. Outra filosofia era a deles, que perceberam isto rapidamente aplicaram-se nos conhecimentos da população talassocrática que disseminaram a Grécia.

São os derrotados que fogem e levam consigo tudo que aprenderam.


Voltando a Roma. Rômulo e Remo eram símbolos plenos, assim como o Jesus dos cristãos. Figuras humanas que representavam divindades na Terra. Como Moisés foi para os judeus, ou Buda para os indianos, ou os faraós para os egípcios, ou Maomé para os islâmicos. Estes humanos foram endeusados com a nossa justiça.

Por mais que as raças tenham diferenças, elas permanecerão aflitas pela invasão de forasteiros. Todas criaram filosofias apocalípticas provavelmente em decorrência do que ocorreu antes das suas origens.
Falar sobre dizimação é um pouco incoerente e utópico, no entanto figurar uma nova ordem social mundial é mais plausível.
O último e atual apogeu de uma civilização tem-se com os americanos.

A miscigenação entre indígenas selvagens  e europeus civilizados mudou a cara do mundo. Em pouco mais de quinhentos anos passamos por grandes transformações sócio-ambientais.
Com a pregação de salvação, tentaram acabar conosco - nós porque é muito difícil um americano que se preze não ter sangue indígena correndo em suas veias.

A revolta começou na península do norte que desvinculou os laços da Grã-Bretanha protestante cristã. Os rebelados utilizaram tudo que os colonizadores ensinaram e mantiveram as bases culturais. Fizeram do mundo o seu quintal de férias.
Talvez seja por isto que os extremistas criarão um ídolo para se defenderem do ocidente. Denominaremos este de “o anticristo”. Anti porque é contra. Isto não quer dizer que para sua pátria eles sejam maus.

Vemos novas trincheiras serem cavadas. Os rostos que apregoam a favor delas são velhos conhecidos. Desta vez vieram modificados, adaptados, possuindo gostos similares. Duvido que o Osama Bin Laden nunca tenha comido no mc donald’s.
As mudanças podem não ser de todo mal, por mim pode ser em 2012, apenas teremos que rever os hábitos, passando um pente fino neles.

Talvez serão os chineses, podem ser os árabes, quem sabe seja a volta do judaísmo? Se bem que os Indus chegam forte para as batalhas.

É de tanto ser usado que nosso mote religioso parece gasto. Acredito muito no Brasil, porém antes de nós virão outros. Espero que na nossa vez o pacifismo seja predominante.

Dizem que os escolhidos serão os que padecerão pela causa sublime. Será que apenas ouvimos isso para lutarmos até a morte contra as invasões culturais?
Barack Obama não carregará uma granada, Mahmoud Ahmadinejad não pilotará caças nucleares e Hu Jintao não portará um fuzil. Quem é esperto não quer morrer.

O nosso céu é a mesma Vahala do xamanismo Viking, ou qualquer que seja a mitologia usada por quem estiver no poder.

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Na quinta edição da série OCUPAÇÃO, O Itaú Cultural apresenta o universo de Chico Science. Vou daqui a pouco, portanto não posso comentar se está legal. O site ta chapado.
De Chico Science eu gosto muito, é praticamente o último destaque brasileiro no cenário cultural internacional. O reconhecimento da sua capacidade foi mundial.

O vídeo abaixo é uma apresentação da banda Nação Zumbi no programa Jools Holland em 2006. Era exibido (ou é, não sei, nunca mais vi) pelo canal People & Arts.

Um comentário:

Cristiano Contreiras disse...

Sempre intenso você, abraço