(São Mateus - SP)
Foi com relâmpagos que ela anunciou
sua chegada solene.
A água, no solo ficou perene.
Veio após um trovão que do alto soou.
A tempestade junto levou:
- Telhas suicidas. - Lamas apodrecidas.
- Pessoas estarrecidas.Por isto, o povo reprovou.
Muito mais acabou:
- Carros foram afogados.
- Lares foram acobertados
pelas merdas dos rios alagados.
- Moldens e receptores de TV a cabo
queimaram decorrente do raio que desabou.
O jornal indagou:
- O fim dos tempos.
- O que o El Niño impôs.
- O futuro dos jogos olímpicos.
E a nação foi esquecida, se afogou.
Um político em comício pronunciou
um futuro sem enchentes.
Porém, quem manda nunca é a gente.
Um mundo passado à isto presenciou.
2 comentários:
Muito bacana esse seu texto. Poético, descritivo, trágico e ao mesmo tempo bonito. Lógico que não atribuo beleza ao tema, mas ao uso que você faz, e muito bem, das palavras.
Nunca me atrevi a escrever algo assim. Acho que rima é ferramenta para uns poucos e bons. Considere-se privilegiado.
Um abraço e até mais!
Bem descrito. Essa é a grande São Paulo pelos menos nestes dias de chuva.
Abraços,
Estefani
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